"Depois de um primeiro disco, denominado “Pictures From Our Thoughts”, mais pop, e um segundo onde convidaram alguns amigos para misturarem temas do anterior, os Norton, criam um terceiro registo que fica a meio caminho entre um e outro.

“Kersche” é um disco essencialmente pop. São 11 temas, revestidos por uma fina camada electrónica que lhes dá um gosto muito especial. Como resultado temos um disco que é pop sem medo de o ser. Que é electrónico sem exagerar. Tudo colocado com mestria na balança, tendo cada elemento o peso certo.

Os Norton pisam o fio de arame, mantendo o equilíbrio certo. “Kersche” é assim um disco em que a melodia de fino recorte nos invade os ouvidos e nos floresce a alma. Sons que podem estar por vezes próximos de uns Sonic Youth, devido a uma guitarra mais sónica, que continuam a adorar uns Pavement, ou que se deixam levar por uns Belle And Sebastian.

No fundo este é o som típico de Castelo Branco, cidade que viu nascer algumas das mais importantes bandas indie portuguesas. Terra que ombreia com as Caldas da Rainha, apesar de por aqui o som que se escuta ser maioria das vezes muito mais sónico.

Este terceiro disco dos Norton é um diamante em bruto. Lapidado com o maior dos cuidados, para poder brilhar a olhos vistos. “Kersche” é um disco cirúrgico. Construído com o maior dos cuidados na mesa do laboratório. O som foi destilado com um saber invulgar. Esta experiência, apresenta um resultado, que nos traz de novo a certeza de que o mundo indie nacional continua
de viva voz e com grupos que mesmo sabendo que por cá os dias deste som já sorriram mais, vive com a fé de que o que importa é meter no lazer toda a arte que brota de dentro deles.

O importante agora, é escutar “Kersche”, muitas vezes e descobrir todos os pequenos pormenores que adoçam este obra. É o que vou fazer… Por isso até breve, amigos…"

(Nuno Ávila in santosdacasa.blogspot.com)


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